Muitos países estão atualmente discutindo políticas públicas de desenvolvimento sustentável, baseadas na substituição de combustíveis fósseis por combustíveis sustentáveis. Tais políticas também abrangem o setor de transporte marítimo, que depende fortemente de combustíveis para se manter ativo. A Organização Marítima Internacional (IMO), movida pelo contexto político-econômico ambiental, reduziu de 3,5% para 0,5% o teor máximo de enxofre em óleos combustíveis marítimos, sob o chamado regulamento “IMO 2020”, prescrito na Convenção MARPOL. Em consonância com a IMO, a ANP fixou em 2019 o teor máximo de 0,5% para embarcações que não possuem sistema de limpeza de gases de escape. Nesse sentido, as indústrias de base florestal destacam-se como potenciais fornecedores de biomassa para geração de combustíveis sustentáveis, uma vez que processam quantidades significativas de madeira. Esse projeto tem como vetor inicial o bio-óleo produzido por pirólise rápida de material lignocelulósico, cujas propriedades físico-químicas, em especial o baixo teor de enxofre (< 0,05%), são favoráveis para produzir biocombustível marítimo sustentável. Para atingir os objetivos desta proposta, o bio-óleo será processado por uma rota catalítica, na presença de gás hidrogênio e catalisadores específicos, visando reduzir o teor de oxigênio e aumentar o poder calorífico, em um processo denominado hidrodesoxigenação (HDO). A reação ocorrerá em um reator de leito fixo empacotado com catalisador e os produtos serão posteriormente separados de modo a obter um óleo combustível marítimo com propriedades físico-químicas semelhantes ao óleo residual do tipo Bunker. Os resultados deste projeto irão agregar conhecimento às rotas tecnológicas já em desenvolvimento
para a produção de biocombustíveis utilizados no setor marítimo, integrando o processo com a cadeia de suprimentos das indústrias de base florestal, outro setor de grande destaque econômico no Brasil e no mundo.